Ouvir a Notícia
A PRIMEIRA CÂMARA
Há pouca informação sobre as dependências da Câmara Municipal nos primórdios da cidade. No livro Lençóis Paulista - Primeiro Centenário, de 1958, o historiador lençoense Alexandre Chitto afirma que a sessão inaugural aconteceu “nas proximidades da atual ‘Biquinha’”.
Recorte de Lençóis Paulista - Primeiro Centenário, 1958, p. 8.
A biquinha mencionada no texto pode ser a da atual Praça “Lúcio de Oliveira Lima”, na Rua Anita Garibaldi, porém, este fato significaria que a Câmara ficava bem afastada da Rua do Comércio (atual Rua XV de novembro), numa área ainda praticamente inóspita da cidade.
É provável que a Câmara tenha passeado pelo centro nos primeiros anos de Lençóis, já que parte do seu orçamento era destinado ao aluguel das dependências, de acordo com a discriminação de gastos da época, encontrada em documentos antigos.
ANTES DE 1940
Planta de Lençóis Paulista de 1939, do Arquivo Municipal/IGC
Em 1939, ano do mapa acima, não consta menção à Casa de Leis, então somos levados a supor que, na época, mesmo já com os Poderes separados, Prefeitura e Câmara ainda compartilhavam um imóvel. Essa configuração se manteria ainda por alguns anos.
O edifício no local onde antes se encontrava a Prefeitura e a Câmara, Rua Xv de novembro, nº 485, hoje ainda tem uma fachada típica da arquitetura colonial brasileira do início do século XX. O prédio foi por muito tempo a farmácia Drogaria Lençóis, que recentemente foi desativada.
NO MUSEU
Deixando a Rua XV em meados de 1940, a Prefeitura e a Câmara descem a Rua Cel. Joaquim Anselmo Martins (na época, Rua Tibiriçá), e se instalam no famoso prédio onde hoje se encontra o Museu Alexandre Chitto, na esquina da Avenida 25 de janeiro.
Prédio do Museu quando ainda era Prefeitura e Câmara
O prédio de estilo colonial e neoclássico teve uma história bem movimentada. Alexandre Chitto conta um pouco de suas origens em um de seus livros, e o texto foi republicado na coletânea História de Nossa Gente (2008).
Segundo Chitto, o prédio, construído pelos irmãos Pettenazzi na virada do século XX, já foi palco de grandes festas realizadas pela família Pentagna e pelo poderoso Coronel Leite, de Agudos. Este último teria vendido a casa ao poder público.
DE VOLTA À RUA XV
Em 1975, a Câmara finalmente se separa da Prefeitura ao adquirir o andar superior de um prédio na Rua XV de novembro. A aquisição é citada nos discursos da última sessão de 1975. Os vereadores comemoram a independência do Legislativo e mencionam que agora, com mais espaço, a Prefeitura poderia aproveitar melhor seu imóvel.
Foto de 1976, logo após a instalação da Câmara Municipal no local
O edifício da Câmara de 1976 ainda está de pé. Continuou sendo agência bancária até o começo dos anos 2010, e, depois da transferência da Caixa Econômica Federal para a Rua 25 de janeiro, passou ao comércio. Hoje, ainda é possível perceber detalhes da antiga fachada.
UM NOVO PAÇO
Pouco depois, em 1981, inaugura-se o Paço Municipal, também conhecido como a Praça das Palmeiras, em frente à escola estadual Virgílio Capoani.
De acordo com as discussões entre os vereadores da época registradas em atas, tanto o prédio da Prefeitura quanto o da Câmara precisavam de reformas por conta do uso intenso e do tempo. Então, o prefeito à época, Ézio Paccola, decidiu construir um prédio exclusivo para essas duas finalidades, o prédio que está até hoje no mesmo endereço.
O prédio do Paço Municipal é dividido em dois blocos: norte e sul. O bloco norte, onde hoje se encontra o Plenário da Câmara Municipal, é, com certeza, um dos prédios modernistas mais chamativos da cidade.
Com suas fendas verticais e paredes anguladas de concreto típicos da arquitetura da Escola Paulista, não há quem passe pelo endereço sem se perguntar o que acontece ali.
Em 2023, o Paço Municipal passou por uma revitalização que devolveu ao espaço algumas das características originais do projeto que tinham se perdido com o tempo, como seus espelhos d’água. A reinauguração contou com a presença do ex-prefeito Ézio Paccola, na ocasião com 93 anos de idade.
MAIS ESPAÇO PARA A CÂMARA
Com cinco escritórios pequenos e uma sala de reunião nos fundos, não demorou muito para que o edifício do Paço se tornasse pequeno demais para as demandas do Legislativo. Em 1997, então, a Câmara aluga um espaço do outro lado da Avenida Brasil para abrigar parte dos servidores, criando assim um Setor Administrativo da Câmara separado do Plenário.
O Setor Administrativo ganha outro espaço em 2001, na Rua Pedro Natálio Lorenzetti, nº 180 que, em 2005, sobe para o número 950, ao lado do Paço Municipal (hoje é a Casa Abrigo Amorada). A separação dos servidores só se resolveria em 2013...
A SEDE ATUAL
É aqui que os vereadores e assessores trabalham diariamente, em seus gabinetes nos andares térreo e segundo. No primeiro andar, fica a Secretaria e os departamentos de Contabilidade, T.I., Recursos Humanos, Licitações, Controladoria e Assessoria Jurídica.
Setor Administrativo
Rua Pedro Natálio Lorenzetti, 970 - Centro
Plenário e Sala das Sessões “Mário Trecenti”
Praça das Palmeiras, 55 - Centro
Publicado em: 27 de fevereiro de 2025
Publicado por: Comunicação
Cadastre-se e receba notícias em seu email
Categoria: História da Câmara